TOCANDO EM VESPEIROS

Nos últimos anos tenho acompanhado alguns escritores do meio evangélico e muitas opiniões foram por mim analisadas, e pesando cada argumento, filtrando e tentando reter o que é bom. Fui no inicio da minha conversão influenciado no que conheço hoje como os neopentencostais, eu realmente cria que não podia adoecer, se recebesse uma cura divina tinha que conserva-la, tinha que falar positivamente, confessando as coisas para que se tornasse concretas, idealizei uma vida de riquezas e tudo que toca-se seria meu por possessão e tudo mais.

Com relação à salvação, cria mesmo que dependia de mim, que meu esforço e obras garantiriam minha salvação, que fui salvo porque escolhi a Deus e não o contrario. Posso dizer que era arminiano de carteirinha, até quando fui apresentado ao livro “eleitos de Deus” de R C Sproul e aquilo me deixou com a “pulga atrás da olheira”. Certo dia comentei com um irmão da igreja que me falou da predestinação, se o texto de Mateus 24.24 não era desesperador, pois até os escolhidos serão enganados e ele com uma hermenêutica simples usando o português mesmo me falou: “olha Junior enganarão se possível os eleitos, esse se possível quer dizer que não será possível enganar os escolhidos”. Isso me marcou e me alegrou, dai passei a analisar os textos bíblicos e não o que radicais me empurravam de goela abaixo.

Também recebi uma influencia muito forte de igrejas pentecostais que me diziam que Cristo vem antes da tribulação, que o crente não passaria pela grande tribulação. Bem ao analisar alguns texto, principalmente Mateus, Tessalonicenses e Apocalipse vi que o crente passa pela grande tribulação e perseverara até o fim e com isso descubro que Deus é tão amoroso quanto se tivesse poupado os crentes da grande tribulação.

Eu realmente cria que o crente só era crente se falasse em línguas estranhas, se a experiência não acontecesse não teria a minha salvação confirmada e isso me consumiu por anos e mais uma vez a leitura das Sagradas Escrituras me tiraram um peso enorme. O mais interessante é que tive a experiência de falar em língua quando orando e em momentos sozinho com Deus, isso depois do peso ser tirado da minha mente, creio no dom de línguas e que são contemporâneos, não simplesmente pelo fato da experiência, mas por que a Bíblia nos garante isso, com o escrito de Paulo para os Coríntios.

Você deve está se perguntando, mas porque o titulo “tocando em vespeiros”? Amados leitores, tenho em meu blog o pastor Renato Vargens, Augusto Nicodemos, em meu twitter sigo John Piper, Rick Warren, Grudem, pastor Ciro entre outros que leio e gosto de seus livros, sim também o Robert C. Sproul. As posições desses escritores suscitam para os neopentecostais inimigos mortais, aqui em minha cidade um grande escritor pastor Jorge Noda é considerado herege. Outro dia um jovem de uma igreja neopentecostal interpelou um jovem da minha igreja admirando-o por segui John Piper no twitter e reprovando porque seguia o pastor Renato Vargens, pois o pastor Renato era inimigo.

Com as minhas posições contrarias ao que eu era e o que a Bíblia me mostra, deixei muita gente com raiva. Raiva porque, prego contra tais coisas, reafirmo que meu compromisso não é com seres humanos que se acham apóstolos, profetas ou mesmo donos da verdade, meu compromisso é com a Bíblia, mostre-me argumentando biblicamente ai aceitarei, assim como sempre foi em minha vida e sabe de uma coisa? Quando se começa a argumentação bíblica o comportamento de muitos é se irritar e não aceitar o que a Bíblia revela, logo xingam, falam: “lá vem você com essa tal de hermenêutica e exegese”. Seria cômico se não fosse trágico. Essa historia do politicamente correto a despeito da Bíblia... estou fora.

O que vejo a respeito desses homens de Deus que mencionei acima é que são tocadores de vespeiros, mas não só tocadores derrubam todo o vespeiro, pois usam a Bíblia que a poderosa palavra de Deus. Eu também toco em vespeiros e vejo que vários lideres e diretores de instituição religiosas que depende dos recursos oriundos desses empreendimentos se agitam e atacam. A “carapuça” as vezes serve e não se tem maturidade para ouvir e reter o que bom. Quando se toca em um vespeiro as vespas se agitam e alguns indivíduos atacam o que irritou o vespeiro, a ideia que se passa é que para aqueles animais há uma ameaça que tem que ser eliminada, então quando não se toca mais as vespas se acalmam e volta ao trabalho normal deles, porém se mexer, ai ai ai.